sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Quando o fim é só o começo

2012 foi um ano muito diferente em milhões de aspectos. Começando com o colégio – sempre o colégio – e a greve interminável. "Férias" enormes que todos desejam, porém não recomendo. Ócio. Preguiça. Tédio. Até que ela finalmente acaba e, uns meses depois, o primeiro semestre finalmente tem seu fim. Um alívio me percorre. Aprovada em todas as matérias. E agora vem um semestre pior ainda. Mais umas semanas de folga entre um semestre e outro, quando na verdade todo o ano letivo já devia estar no fim. Consigo me matricular e agora é estudar pra valer. Três semaninhas de aula. As três primeiras semanas de um semestre que ainda será muito longo, e é isso aí, como se meu ano não tivesse acabado. Mas o fato é que: ele está acabando. Independentemente das confusões da minha vida acadêmica, o ano está aí, no fim, e o que eu tenho a dizer a respeito? Valeu a pena! É, esse foi um ano muito bom! Já disse em outra das minhas retrospectivas que é difícil dizer que um ano foi apenas bom ou apenas ruim. 365 dias é muita coisa. Muitos deles podem ser ótimos e muitos outros nem tanto, mas eu realmente acredito que esse ano teve mais dias bons. A greve foi horrível, foi um saco? Foi. Mas eu aproveitei esses quatro intermináveis meses de "férias" já que não as terei direito por um tempo. Posso dizer que foi uma experiência interessante. Desnecessária, porém interessante. Saí muito com amigos e me diverti. Aproveitei o tempo que tinha.

Falando em amigos, fiz novas e boas amizades esse ano. Conheci pessoas muito queridas, mesmo que apenas por um dia, mas que alegraram um dos 365 dias do meu ano. Me aproximei de pessoas que já conhecia e descobri amizades incríveis. Cresci muito. Foi um tempo de muito aprendizado. Sobre mim mesma, principalmente. Tornei-me uma pessoa menos dependente e aprendi a me amar mais. Está sendo ótimo me conhecer melhor e estou gostando disso, estou gostando de mim.

Assim como me aproximei de pessoas ótimas e que me fazem bem, também me afastei daquelas que só me faziam mal. Aprendi muito com as ações das pessoas ao meu redor. Cada ano eu cresço mais e aprendo a enxergar melhor quem me quer bem, e então vou trazendo essas pessoas pra perto, e afastando de mim os que nada acrescentam de bom. Eu estou muito feliz comigo mesma. Estou satisfeita. Comigo, com esse ano, com a minha vida atualmente. Posso dizer que 2012 foi um ano realmente muito produtivo.

Uma coisa muito especial que aconteceu esse ano também foi a dança. Sim, voltei a dançar. E não pretendo parar de novo. Tive muitos altos e baixos com relação à dança ao longo do ano, até que eu subi naquele palco enorme, com aquela plateia enorme, e todas as dúvidas, todo o estresse, tudo isso passou. Acho que nunca subi num palco com tanta vontade de dançar e fazer valer a pena a ida de todos os espectadores ao teatro. E aí ficam me lembrando do fato de que nem o Bolshoi lotou aquele auditório enorme e eu fico ainda mais orgulhosa da minha Escola e do trabalho incrível que fizemos. Ainda acho que não sou a melhor bailarina do mundo. Na verdade, ainda acho que danço bem malzinho. Mas a energia que eu senti foi tamanha, que tornou tudo ainda mais perfeito, e não há dúvidas que dessa vez vou prosseguir na dança, e espero que por muito tempo – sem pausas ou desistências.

Enfim, acredito que tudo de importante está aí, embora eu provavelmente esteja esquecendo de muitas coisas. Eu só quero agradecer as pessoas que estiveram comigo esse ano e fizeram cada dia mais feliz. E tudo que foi bom, tudo que eu construí, vai continuar comigo em 2013. E o que não foi, fica aqui, neste ponto final.


Parabéns aos sobreviventes, e Feliz Ano Novo!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Contato

Desaprendi como funciona a interação humana. Quero dizer, vejo pessoas interagindo todos os dias, e muito, mas eu não sei mais. Eu não sei mais como faz para saber como vai a vida de um amigo ou como ele se sente. Coisas que eram automáticas simplesmente eu não sei mais. Tenho vivido muito isolada no meu mundinho, chutando para longe qualquer um que quiser entrar. Isso tudo porque eu não fui aceita no mundo em que eu queria viver. Agora ninguém vive no meu. E, ao mesmo tempo, estou feliz. Estou me sentindo meio independente. A única coisa que eu "preciso" são séries e livros para me distrair, e isso eu consigo sozinha. Não vejo mais graça em passar uma tarde no shopping com os supostos amigos, sem fazer nada. Prefiro fazer nada sozinha, em casa. Quero muito bem meus amigos mais queridos e queria me aproximar (ou seria não se afastar?). Quero saber como estão, o que sentem. Quero ser útil, quero ser amiga, quero fazer contato. Mas eu não consigo. Sempre sou a última a saber das coisas e acho que isso em vez de me irritar chegou a um ponto em que eu não me importo mais. Se as pessoas não querem me contar da vida delas, por que eu vou querer saber? Já me esforcei tanto para manter (ou criar) esse tipo de vínculo e nunca adiantou. Podem dizer que estou desistindo, mas estou apenas deixando pra lá. Parece a mesma coisa, mas não pra mim. Estou vivendo para mim, sabe? Só pra mim e por mim. Um pouco sozinha, mas talvez seja a consequência de deixar de fazer tudo pelos outros e fazer um pouco por si mesma. Parando para pensar, eu nunca fiz tanto por mim como sempre faço por todo mundo. Eu só quero o bem de todos, e deixo bem explícito que estou sempre disponível para ouvir/ajudar/aconselhar, mas se ninguém quer, eu vou usar a meu favor. Por que desperdiçar tanta preocupação com quem não precisa, enquanto eu to aqui, precisando ser amada? E, mesmo que tudo isso seja muito estranho e confuso, estou feliz. Estou me sentindo independente. Estou sendo mais eu. Cada dia mais me convenço que sou melhor sozinha. E, afinal, ninguém nunca provou o contrário.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

          As pessoas querem saber o segredo para um "relacionamento perfeito", mas o segredo é que não existe segredo algum.
        Em primeiro lugar você tem que gostar da pessoa como ela é. Sem idealizações, ideias falsas ou expectativas demais. E pessoas têm defeitos, e é preciso aceitá-los porque sem isso não há a menor chance de um relacionamento ir adiante. E é importante ter certeza de que a pessoa gosta de você. Assim, do jeito que você é, com todos os defeitos que vêm no pacote, porque, assim como ela, você não é perfeito.
        Uma palavrinha que resume tudo o que eu acho essencial em um relacionamento: confiança. Porque isso engloba tudo. Fidelidade, segurança, essas coisas que fazem a pessoa se sentir bem com quem ela está, saber porque está ali e querer estar ali. O resto é consequência. Amor, respeito, carinho, afeto, companheirismo. Porque quando você ama alguém você o respeita, você é companheiro. E aí está um ponto importante. Para mim a palavra "companheirismo" significa muito. Significa estar perto, acompanhar, em todos os momentos possíveis. Significa confiar, cuidar, respeitar. Significa estar sempre lá, para o que der e vier. Respeitando as loucuras e as neuroses do outro. Respeitando. E tudo bem se alguma vez ele te fizer chorar. Brigas acontecem, brigas entristecem, e as lágrimas são apenas uma tentativa de botar a tristeza para fora. Mas esse "tudo bem" não quer dizer que vocês podem brigar sempre e que chorar por alguém é normal. Eu costumo dizer que não choro por ninguém. Eu choro por mim. Eu choro porque estou triste. Alguém me magoou, por vezes eu mesma me magoei dizendo o que não devia, e isso dói, e então eu choro. Mas o importante mesmo é a pessoa estar presente para secar suas lágrimas, independente de quem ou o que as fez escorrer.
        Sentir-se seguro. Às vezes é muito difícil sentir ou fazer seu companheiro se sentir seguro na relação. Certas relações exigem demonstrações diárias de amor, por menores que sejam. Na verdade, na minha opinião, todas as relações precisam de pequenas demonstrações de amor diárias. Por mais clichê que pareça (e realmente é), mensagens de bom dia são um ótimo jeito de dizer "ei, eu lembrei de você". Não vou falar as outras milhares de maneiras possíveis de demonstrar carinho porque isso vai de cada um e não é disso que eu estou falando. Estou falando de segurança. De saber que a pessoa te quer ali, ao lado dela. E para muitas pessoas - sortudas, ou apenas práticas - se alguém está com você é porque quer, porque gosta de você, da sua companhia. E faz todo sentido. Por que alguém ficaria com você sem gostar, sem te querer por perto? Para outras pessoas é muito difícil notar isso. Tudo bem, ela está com alguém, mas às vezes tem gente que precisa das demonstrações de afeto diárias das quais eu falei. Mensagens, recados nas redes sociais, uma ligação... Um sinal de vida, sabe? "Ei, eu estou aqui, eu estou bem e pensando em você." Sei lá, acho essencial saber que alguém está pensando em ti. Não é isso que os apaixonados fazem? Pensam em seu amor o tempo todo? Não custa nada deixá-lo saber disso.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012


Gosto de transformar coisas pequenas em grandes coisas. Tornar grande o que aparentemente é pequeno. É por isso que sou intensa em tudo o que sinto, tudo que faço, tudo que vejo. E é por isso que gosto de surpreender. Trazer sorrisos. Buscar a felicidade escondida no fundo da alma de alguém com um pequeno gesto que se torna enorme com o sorriso que ganho em troca. Tornar memorável um dia que podia ser como outro qualquer. Não deixar passar em branco. Marcar. Transformar. E é com esses pequenos-grandes-gestos que eu mesma acabo engrandecendo.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Insaciável

Nenhum deles parecia conseguir soltar o outro.
Em vez disso, ficaram olhando nos olhos um do outro por uns cinco segundos. A respiração de Meena estava meio acelerada. Ela se perguntou se ele sentia a carga elétrica que parecia estar pulsando entre eles... ou se era só sua imaginação hiperativa de novo. Seus batimentos estavam mais rápidos que o habitual e um pouco irregulares. O único som, além da respiração ofegante de Jack Bauer, era do elevador passando pelos andares enquanto desciam.
Ela não queria quebrar o silêncio entre eles, porque era o tipo de silêncio durante o qual qualquer coisa podia acontecer.
Achava que ele podia até inclinar a cabeça e beijá-la... se ela ficasse com a boca fechada tempo o suficiente para que isso acontecesse.
Mas ela não conseguia, é claro.
                                                                                        Insaciável, p. 147 - Meg Cabot

domingo, 9 de setembro de 2012

Dia 30 - Carta para o reflexo no espelho

Eu olho para o espelho e, às vezes, não sei o que vejo. Essa sou eu mesmo? Será que é assim que os outros me veem? Mas e por dentro? Como posso me ver por dentro?
Dizem que os olhos são o espelho da alma, e eu acredito, porque quem olhar em meus olhos e souber me ler, vai saber tudo. Tudinho. Meus olhos sempre me entregam. Eu acho que essa é uma de suas funções. São traiçoeiros. Não sabem esconder o que tanto machuca meu coração e minha cabeça tenta fingir que não. Se tento encontrar um equilíbrio entre razão e emoção, os olhos me entregam, e por isso é tão importante saber enxergar através deles. Mas e eu, o que eu vejo em meus próprios olhos? Afinal, quem sente o que eles denunciam sou eu. Eu sei até de olhos fechados. Mas às vezes eles me ajudam também. Olho para eles, no espelho, e percebo como estou bem, mesmo que por dentro eu achasse que não estava, ou o contrário. Mas isso tudo é detalhe. Detalhes muito importantes mas que pouquíssimos sabem ver, decifrar. E quanto ao resto? Às vezes olho no espelho e não me sinto satisfeita com o que vejo. Gorda demais, pálida demais, com espinhas demais. E esse cabelo que nunca me obedece. E há também situações em que me olho e me sinto linda. Mas volto a indagação, e por dentro? Me arrumo, me maquio, minha imagem está perfeita, mas eu vejo mais do que isso. Porque por mais que tentemos, não dá para esconder todas as imperfeições. E eu não estou falando de beleza. Estou falando da alma. Minha alma está sempre nua, por mais maquiagem que eu passe na cara. Sou transparente em meus gestos, em meus sentimentos, em meu olhar. Basta saberem enxergar.
Quem é você, aí do outro lado? Você sente como eu, você pensa como eu? Somos tão parecidas, não é mesmo? É assim que todos me veem? Retorno a perguntar. E eles sabem de tudo o que se passa aí dentro? Porque, olhando daqui, dá pra notar.

sábado, 8 de setembro de 2012

Dia 29 - Carta para a tua paixão

Não posso dizer que sinto falta. Falta de amar alguém. Falta de querer alguém. Pela primeira vez em muito tempo, eu posso dizer com toda a certeza do mundo que estou bem. Estou inteira. Estou me sentindo livre. Não sinto a necessidade de ter alguém ao meu lado. Aprendi a ser minha melhor companhia. Tudo o que eu preciso está aqui, dentro de mim. E é claro que adoro um carinho, alguém para passear de mãos dadas, mas estou andando muito bem sozinha. E como demorei para aprender isso. Foi uma longa e dolorosa lição. Mas valeu a pena. Ah, sim. Valeu muito a pena. Depois de sofrer tanto, me decepcionar tanto, eu percebi que minha própria companhia é muito melhor do que a de quem só me faz mal. Cansei dessa minha busca desesperada atrás de um amor. E entendi que não é assim que vou encontrá-lo. Quero alguém que me queira bem, que cuide de mim, mas não quero que essa pessoa seja "minha vida", apenas um companheiro. Porque uma vida eu já tenho e estou aprendendo a cuidar dela sozinha. Estou me amando. Todo o amor que eu saía "distribuindo" aos ventos, decidi guardar pra mim. E como amor não faz sentido guardado, estou me amando. Estou me amando muito. E quero um dia dividir esse amor com alguém. Ah, quero tanto! Mas não tenho mais pressa. Vou esperar ele me encontrar. Ou a gente se encontrar, se esbarrar numa rua qualquer. Como diria Clarice Lispector: Não procure alguém que te complete. Complete a si mesmo e procure alguém que te transborde. E eu me encontrei. Em meio a tantos (des)amores e sentimentos jogados ao vento, eu me encontrei. Eu hoje estou inteira. E que venha alguém me transbordar.

Ana D.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Dia 28 - Carta para a pessoa a quem queres contar tudo, mas tens medo de o fazer

Eu queria que nós tivéssemos uma relação mais... aberta. E eu já escrevi sobre isso para você. É engraçado, eu nunca falo "eu já falei isso para você", e sim "eu já escrevi", porque eu só sei falar escrevendo. E eu queria falar mais. Contar dos meus dramas e das minhas bobeiras e dos meus "romances" e das minhas cagadas. Mas estamos melhorando né? Sim, diz que sim! É só que eu tenho vergonha de falar com você sobre certos assuntos porque... ah, sei lá porque. Eu até falo, sabe. Mas eu queria me sentir mais à vontade. Eu sei que você só quer me proteger, e eu quero, sim, ser protegida, por assim dizer. Mas não quero que esse seu zelo me impeça de falar sobre meus machucados, entende? Quero poder falar tudo, ou quase tudo, sem medo de ser julgada. Adolescentes fazem besteira o tempo todo. E às vezes nem me sinto tão adolescente, sabe? Quero dizer, eu vejo meus amigos, e eles agem tão diferente. Mas eu gosto de ser assim. Meio criança-meio adulta, mas não adolescente. Confuso, né? Em certos aspectos me sinto tão ingênua e inexperiente, mas também sei pensar como adulta (ou quase adulta) e tento agir racionalmente às vezes. Me encontro presa. Presa à criança que ainda existe e sempre vai existir dentro de mim, lutando contra um lado que quer conhecer o mundo, se arriscar. E eu nem sei porque eu to falando disso. É que nessas vezes em que eu me arrisco, não arrisco contar a você. Na verdade já cometi tantos erros nessa minha "adolescência" que agora nem tem mais nada para contar - por enquanto. É por isso que estou tão em harmonia contigo? É por isso que não há conflitos? Não quero que quando minha vida começar a complicar (sim, porque a calmaria logo passa), a gente se afaste de novo e eu não consiga falar.
Ah, os erros... o que seriam esses meus erros? É que você me deu uma educação tão maravilhosa que eu tenho medo de te decepcionar. Mas quando me refiro à calmaria, digo que nada demais está acontecendo, por que o que seriam, afinal, as complicações? Quero poder contar-lhe tudo. Desde um 10 que tirei na escola até minhas "decepções amorosas". Quero confiar em ti, e ter tua confiança em troca. Quero respeitar-lhe e ser respeitada. Você é adulto, é experiente, já viveu inúmeras situações e sabe muito mais da vida do que eu, uma "pirralha", mas eu quero que saiba que você pode contar comigo. Você nunca fala. Muitas vezes eu não poderei te ajudar, muitas vezes nem saberei o que dizer, mas eu estou aqui, e quando você vai entender isso? Sei que tem coisas muito mais importantes para se preocupar do que falar dos seus problemas comigo, mas quando quiser, quando pesar, se quiser dividir sua angústia, tem espaço aqui. Eu carrego um pouco o peso por você, eu te ajudo. Assim como eu sei que você pode me ajudar.

Kika

sábado, 1 de setembro de 2012

Dia 27 - Carta para alguém que mudou a tua vida

Não sei se posso dizer que você mudou minha vida, mas com certeza posso dizer que ajudou a moldá-la, sabe? Costumo pensar que sou uma mistura de muitas pessoas, muitas histórias, muitos encontros e desencontros. Tudo junto, formando uma personalidade única. Acredito que cada pessoa que passa em nossa vida deixa um pedacinho de si com a gente. Poucas ficam. Pouquíssimas ficam. A maioria passa. Como se fosse um pedaço do caminho ao futuro. Eu fui um pedaço da sua vida, e você da minha. Você estava, por acaso ou não, no meio da minha caminhada. Paramos. Talvez até tenhamos caminhado um pouco juntas. Mas depois cada uma seguiu em frente sozinha. É engraçado porque você é tão diferente de mim. Sempre foi assim. Tínhamos uma ligação incrível, é verdade. Nos entendíamos como ninguém e às vezes pensávamos da mesma forma, mas sempre fomos diferentes. E um dia isso pesou. Um dia isso tornou-se maior que nossa amizade.
Não tem nada específico que eu possa dizer "ah, eu sou assim por causa dela" ou "essa grande mudança na minha vida foi graças a ela", porque, apesar de muito importante, você foi uma parte da minha vida que passou e foi embora. Você deixou marcas aqui dentro. Nada palpável, nada que possa ser provado. E por mais diferentes que sejamos, nós tivemos uma história. Nós tivemos momentos. E, de alguma forma, tudo, tudo o que a gente passou deixou uma marquinha em mim. Há muitos "culpados" pelo que eu sou hoje. Há muitas pessoas e acontecimentos que moldaram o meu eu. E você faz parte disso. A nossa história faz parte do que eu sou hoje. Nossos momentos, nossas brincadeiras. Está tudo aqui dentro ainda. E de alguma forma, por algum motivo, isso faz parte de mim. E isso me mudou de algum jeito.
As pessoas importantes sempre nos ensinam algo. Você, por exemplo, me ensinou o perdão. Me ensinou a humildade. Me ensinou o valor de uma grande amizade. Você deixou uma marca em mim que não sai nem se, sei lá, arrancarem minha pele. Você deixou uma marca aqui dentro! Um pedaço de ti, um pedaço de nós.
E eu acho que dizer que alguém mudou nossa vida é uma coisa muito, muito forte. Sei lá, como se a pessoa nos tivesse mudado o rumo. É pessoal. Mas você ajudou a moldar o que eu sou hoje.
Você faz parte dessa história. A minha história.

Ana D.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Dia 26 - Carta para a pessoa mais amigável que conheceste por apenas um dia

Sempre soube que você era uma pessoa adorável, assim como tudo o que escreve. Então eu te conheci, e tive ainda mais certeza. Você é uma mulher incrível, uma inspiração, um exemplo. Uma das pessoas que me influenciou a amar tanto a escrita foi você. Talvez a mais importante delas. Seus livros me fazem viajar por universos alegres e divertidos, e eu me vejo tanto em suas personagens. Acho que é por isso que gosto tanto de ti. De certa forma, mesmo sem me conhecer, você me entende. Através de suas personagens, você me faz enxergar certas características minhas e aí eu mergulho ainda mais nesse seu mundo, nesse nosso mundo.
Mais incrível ainda foi o dia em que te conheci. Como podia um dia imaginar que chegaria perto de ti, te abraçaria e diria o quanto você é maravilhosa? Foi um sonho realizado, um momento do qual nunca me esquecerei. Você foi super querida comigo e só me fez gostar ainda mais de você e do seu trabalho. Quero apenas agradecê-la por me proporcionar essas viagens maravilhosas à mundos inimagináveis e que, ao mesmo tempo, estão tão perto de nós. Uma Princesa perturbada em Manhattan, uma Garota Americana corajosa que se torna uma heroína, uma Mediadora que fala com fantasmas e vive situações que só podem ser vividas no seu mundo, nas suas criações. Obrigada pela oportunidade de me aventurar por suas histórias e trazer vários mundos para eu poder me refugiar. Obrigada por ser uma ótima escritora, por ter me mostrado essa paixão. Obrigada pelos autógrafos, pelo abraço e pela foto que guardo com tanto carinho. Obrigada por existir e trazer alegria a tantos e tantos fãs. E volte qualquer dia.

Ana Domingues.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Dia 25 - Carta para a última pessoa a quem fizeste uma promessa

Minhas cartas para você são sempre cheias de "obrigada", "desculpa", "prometo que vou melhorar", além de eu dizendo o quanto você é maravilhosa e como eu te amo, mas isso todos sabem. E mesmo com tantas cartas dizendo as mesmas coisas, às vezes eu sinto que não estou cumprindo minhas promessas. Mas eu tento, juro. Eu digo que vou ser uma filha melhor porque eu quero mesmo ser uma filha melhor, uma pessoa melhor, não só por você mas por mim também. E eu sempre peço desculpas pelos mesmos erros, então de que vale meu pedido de perdão? Para mim, muito. Não são necessariamente os mesmos erros, é só que eu acho que não estou sendo boa o suficiente e fico me culpando por isso. Às vezes sou um saco mesmo. Não sou muito fácil de lidar e sei disso. Mas não vou mentir, sinto falta de quando você era mais paciente, mais presente. Deitávamos na sua cama e ficávamos horas conversando sobre mim, sobre você, sobre nós e sobre a família. Era engraçado porque conversávamos sobre todos os assuntos possíveis e nem víamos o tempo passar. Agora ele está passando, e eu estou vendo-o passar com você longe de mim. Quanto tempo faz que eu não sento e desabafo com você? Ou que você vem me contar como foi seu dia ou falar dos seus problemas no trabalho? Talvez não tenhamos problemas no momento, e isso é ótimo. Mas há quanto tempo não conversamos, tipo, conversar de verdade? Não te culpo, mesmo. Eu também não ajudo quando fico o tempo todo no computador ou algo assim. Você me ensinou que a vida real é muito mais importante que qualquer coisa que eu possa fazer na internet, e quantas vezes eu já te troquei por ela? Eu podia dizer que sou uma tola, mas sou apenas uma adolescente e, mesmo que isso soe como uma desculpa esfarrapada, é uma explicação razoável. Mas eu aprendi, eu aprendi que os laços que nós temos com as pessoas ao nosso redor são muito importantes e nunca devem ser substituídos ou deixados para trás. E eu quero apertar esse nosso laço porque ele está afrouxando cada dia mais e isso me amedronta, me enfraquece. Você é minha força, e quanto mais perto estiver, mais segura eu estarei. Você é tudo! É meu porto seguro, minha razão. Eu só quero um pouquinho mais de você. Porque para você, com você, eu vou ser sempre aquela criança carente que não larga da mamãe e não quer deixá-la ir para o trabalho; vou ser sempre aquela menininha que deita com a mamãe na cama para ver novela; vou ser sempre a sua menininha. Eu sei disso e você sabe também. Mas to sentindo sua falta.

Kika

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Dia 24 - Carta para a pessoa que sabes que estará lá nos tempos mais difíceis

Eu sempre vou te importunar e dizer que virar para o lado e falar "Oi, meu nome é Dani" foi um grande erro, porque você vai ter que me aguentar pra sempre. Mas para mim foi uma das melhores coisas que já aconteceu. E eu sei que para você também. Somos muito melhores juntas.
Às vezes fico chateada por você nunca mandar mensagens, ou me ligar, ou aparecer online (principalmente agora em ano de vestibular né, mas aí eu entendo), só que se eu te ligar, se eu mandar mensagem ou se eu aparecer na porta da sua casa com milhões de coisas para contar, eu sei que você estará lá. Porque você sempre está. Você me conhece melhor que eu mesma, talvez até melhor que minha mãe, e isso é meio assustador. Você sabe dos meus defeitos, dos meus problemas, dos meus "traumas", e me entende, tem paciência comigo, e é por isso que eu te amo tanto. Tem que ser uma pessoa muito abençoada para ter tanta paciência comigo. Eu já falei em todas as milhões de cartas que já te escrevi que uma das coisas que eu mais gosto em você é que você não tem medo, você me diz a verdade sem dó, porque às vezes a verdade dói mesmo, e você também está ali para aliviar a minha dor, simplesmente estando ali, sabe? Na verdade você não tem medo de nada. É uma garota independente, bem resolvida, e você sabe como eu invejo pessoas assim. Porque eu sou dependente demais, sensível demais, chorona demais, e eu sinceramente não sei como você me aguenta. Não estou fazendo drama - como de costume -, é só que eu sou tão diferente de você... Mas eu sei bem que você também tem o seu lado mais... sei lá, o seu lado mais "Ana". Você também é sensível às vezes, e de vez em quando também precisa de alguém. Ninguém gosta de ficar sozinho. Você só não demonstra como eu, porque não é necessário.
Eu te admiro tanto, já disse isso né? Acho que "admirar" alguém é uma coisa muito forte, sabe? Acredito que já te disse isso também. Admirar alguém é gostar do jeito da pessoa ser, do seu estilo de vida, das suas escolhas. E eu admiro tudo isso em você. Não tenho muito o que falar porque acabo me tornando repetitiva, e em tantos rabiscos nesses anos de amizade eu acho que já disse tudo. Mas nunca é demais repetir, e cá estou eu tentando.
Como eu disse, fico chateada quando você não me procura porque sinto que me esqueceu, ou que não faz questão de que eu apareça. Aí eu ligo e aviso "to indo dormir aí na sua casa", e então passamos um ou dois dias muito bons juntas, eu te conto de todos os dramas que passei nesse tempo em que ficamos sem nos falar, você me abre os olhos, tenta fazer eu parar de ser idiota, como sempre. Acho que, toda vez que eu saio da sua casa, eu cresço um pouco. É, toda vez que eu te vejo, eu cresço um pouco. Você me faz crescer, você desperta o meu melhor. E é por essas coisas que eu esqueço minhas neuroses e paro de ficar pensando no porquê você não me liga. Porque o que nós temos é muito maior. Maior que a distância, maior que o tempo. Maior que eu. E isso nada, nem ninguém, pode mudar.

Ana D.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Dia 23 - Carta para a pessoa que te deu a tua melhor memória

Os responsáveis por me proporcionarem a realização desse sonho, na verdade, foram os meus pais. Que por algum milagre conseguiram um ingresso para a área VIP quando eu já tinha me conformado em ficar lá longe, na arquibancada (um milagre chamado segundo ou terceiro lote, mas ok). Mas quem estava lá comigo era você! Você, minha "amiga da praia" que ainda posso contar nos dedos quantas vezes eu vi na vida. Mas todas essas vezes foram divertidas e maravilhosas.
Sou muito grata aos meus pais pela oportunidade de ir ao show da minha banda preferida com você, mas também sou muito grata a você, que passou a manhã toda na fila enquanto eu fui tranquilamente ao colégio, almocei em casa rapidinho e então cheguei lá para esperar contigo a abertura dos portões. Não fomos muito espertas ao escolher o lugar, me lembro bem. Queríamos poder vê-los bem e acabamos muito distantes do palco, e quando eu quis ir lá perto para tentar subir no palco (eu lembro que ouvia histórias de fãs que subiram no palco com seus ídolos e pensava poder ter a mesma sorte) você não deixou porque era responsável por mim naquele momento. Mas o importante é que o show foi maravilhoso, assim como sua companhia. Apesar da minha péssima memória com fatos "antigos", eu já não era tão criança então consigo lembrar bem daquele dia. Consigo lembrar que, três dias antes do show, no meu aniversário, meus pais me deram o ingresso e eu pensei "opa, legal", afinal, já sabia o que ia ganhar, até que eu li "área VIP", e provavelmente fiquei alguns minutos berrando e pulando de alegria. Lembro também de como choveu no dia do show. Nós duas lá no meio do campo, esperando ansiosamente durante toda a tarde, e aí veio a maior chuva. Ficamos acabadas hahaha. Mas tudo valeu, e muito, a pena. É a melhor das muitas boas lembranças que tenho na vida. E me deixa feliz saber que é com você, porque mesmo que tenhamos vivenciado poucos momentos juntas nesses tantos anos que nos conhecemos, você partilhou comigo o melhor deles.

Ana D.

sábado, 18 de agosto de 2012

Dia 22 - Carta para a última pessoa que beijaste

Não queria escrever para ti.Quando escrevo crio um certo tipo de vínculo com a pessoa, e já tínhamos um vínculo muito forte que me deixou triste por ter-se partido. Na verdade nunca escrevi para ti. Quero dizer, não que você saiba. Mas foi no máximo um texto ou dois. Eu normalmente escrevo sobre dor e você não causou muita. Embora seja muito difícil eu, a Ana, sair de um "relacionamento" sem me decepcionar e fazer tempestade em copo d'água. E adivinha? Com você não foi diferente.
É engraçado porque você é totalmente o oposto de tudo o que eu já sonhei pra mim, mas eu via algo em você que me fazia pensar que podia dar certo. Talvez o problema esteja comigo. Algo em mim me faz enxergar que pode dar certo, por mais errada que a pessoa seja. Esse meu desespero de encontrar um amor me faz enxergar amor onde não tem. Tolice minha. É como uma venda, e é só quando acaba que eu consigo tirá-la e enxergar todos os erros. Não que eu fique procurando, mas porque eles realmente existiam e eu não fui capaz de consertar. Só que o problema não é só comigo. Eu sou/faço o melhor que eu posso, e já aprendi a me aceitar assim, só preciso encontrar alguém que também aceite. Mas cada não-relacionamento findado me faz abrir os olhos um pouco mais, para eu não repetir os mesmos erros no próximo e fazer cada vez melhor. Talvez eu não tenha sido o suficiente para ti, mas eu também não enxerguei tudo o que você não-era para mim, porque eu estava vendada e deixava você fazer comigo o que quisesse, até mesmo fingir não haver nada. E eu me sinto bem por nunca acabar com esses meus não-relacionamentos, porque quem sai perdendo, no final, não sou eu. E não estou falando daquela coisa de "ele vai se arrepender quando perceber o que perdeu porque eu sou boa demais para ele etc", é só que talvez eu fosse mesmo, e você não foi capaz de suportar. Não é meu ego falando alto demais ou eu tentando me consolar, é a verdade. Eu sou "eu" demais e poucos - pouquíssimos - aceitam isso, entende?
Só quero lhe dizer duas coisas que deves aprender: quando tiver algo com alguém, por menor que seja, avise quando isso acabar para você; e quando disser que vai esclarecer as coisas, esclareça. Fugir foi um ato de tamanha covardia que só me fez ter mais certeza de que você não é homem pra mim.



"Mulher precisa de homem, e homem precisa de mulher. Meninos só precisam de uma mãe e um playstation."



Ana D.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Dia 21 - Carta para alguém a quem queres dar uma segunda oportunidade

Você lembra como éramos? Lembra como éramos antes de tudo? Unidos, amigos, felizes. Aí aconteceu. Aí acabou. E você me deixou para trás. Encontrou outra pessoa para ocupar o meu lugar. Ou o lugar que eu achava que ocupava em sua vida. E eu olho para vocês e penso: éramos iguais. Eu e você éramos assim também. Será que vai acabar da mesma forma? Será que vai se repetir a mesma história?
Eu devia parar de ser idiota e entender que aconteceu. Aconteceu, passou e não podemos voltar atrás. Você está feliz assim, e eu também devia estar. Eu sou uma pessoa feliz, mesmo. Mas você fazia parte da minha vida e ela era mais divertida com você por perto. Você ainda está perto, mas criou uma distância enorme entre a gente. E eu tento me aproximar. Ah, como eu tento. Mas é difícil correr tanto e só encontrar indiferença. Um oi e um abraço frouxo. Um sorriso torto que diz "ah, você está aqui". Dois passos para trás enquanto dou um em sua direção. Por que você dificulta tanto? Tantas coisas seriam mais fáceis se as pessoas simplesmente falassem. Sou uma pessoa de palavras. Tudo o que meu olhar tenta dizer eu coloco no papel pra ficar claro. Para me entender. Seria muito mais prático se você dissesse "não quero ser seu amigo, pare de tentar", mas é claro que não é assim. Nada funciona assim. E na verdade eu devia entender seus "sinais". Mas aí você tem alguma atitude um pouco mais amigável e eu já me encho de esperanças. E enlouqueço. En lou que ço. E peço secretamente que você se decida, mas e se o problema for comigo? E se sou eu que interpreto da maneira errada? É que eu não sei o que fazer. Me encontro desesperadamente em busca de um passado que não vai voltar. Mas eu só queria sua ajuda, e isso não é pedir demais. Me ajude a entender, e se possível, a melhorar tudo isso. Fazer com que tudo não passe de um capítulo mal escrito, ou de um erro que não cometeremos mais. Só se você quiser errar de novo comigo.

Ana D.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Dia 20 - Carta para alguém que julgaste à primeira impressão

Você era o melhor amigo do meu "namorado". Beleza. O cara que eu encontrava de vez em quando devido a esse nosso amigo em comum e com quem eu conversava às vezes. A princípio eu não tinha nenhuma opinião formada sobre você, era só o cara legal com quem eu gostava de conversar, ponto. Mas aí tudo isso foi aumentando. Hoje você é um cara muito muito muito legal com quem eu amo conversar. E eu nem sei como que essa amizade foi crescendo tanto, mas cresceu, cresceu, e hoje estamos aqui. Você é uma das pessoas mais maravilhosas que eu já conheci, mesmo! Você é carinhoso, prestativo, amoroso, querido, paciente... Sei lá, você é um ótimo amigo e eu adoro muito a sua companhia. Adoro conversar com você, desabafar com você. Você aguenta meus surtos pra eu não surtar na frente dos outros e acabar falando o que não devia, porque com você eu posso. Com você eu posso ser eu, falar o que eu quiser, falar sobre absolutamente todos os meus sentimentos. E as pessoas tem uma visão muito errada sobre você. Sim, você sabe e eu já te falei porque eu me sinto mal de ter de ouvir essas coisas, porque só quem te conhece mais de perto sabe o cara maravilhoso e querido que você é. Só quem te conhece sabe como você é prestativo e nunca seria capaz de machucar alguém. Como você é um cara de bem com a vida, de bem consigo mesmo, é um cara feliz, e por isso é tão bom te ter por perto.
Você é minha versão masculina, como eu costumo dizer, e acho que é por isso que você me entende tão bem. Nós somos iguais. E já provamos isso diversas vezes. Você já me contou tanto dos seus "rolos", e eu dos meus. Os nossos (des)amores, tudo. A gente sente igual, a gente sofre igual, é uma sintonia única, sabe?
Somos guerreiros, lembra? "Sem amor a gente não é nada." Nós precisamos disso, nos alimentamos disso. Chagamos à essa conclusão juntos e descobrimos que é inútil lutar contra o inevitável. Somos assim, temos fome de amor, e acho que é isso que nos deixa cada vez mais unidos, porque nos entendemos como ninguém.
Eu vivo reclamando que não tenho muitos amigos ou que ninguém se importa de verdade comigo e mimimi, mas aí eu lembro que eu tenho você, e isso vale muito. Porque mesmo que nosso amor às vezes não seja suficiente para as pessoas que desejamos, é suficiente para nós. Nós nos entendemos, e estaremos sempre juntos, acima de qualquer coisa. Hesito em usar esse verbo, mas acho que posso dizer que eu amo você.


Ana D.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Dia 19 - Carta para a pessoa que mais partiu o teu coração

Mais uma pra você. E por incrível que pareça, eu não sei por onde começar. Eu sempre saio de relacionamentos deixando tanta coisa para trás. Eu sempre acho que ainda tem muito a dizer, e eu digo. Eu falo tudo – ou quase tudo – o que preciso escrevendo, mas não sei se você lê. E nem sempre ajuda. Eu demorei tanto pra te esquecer. Eu demorei pra perceber que se acabou, acabou. É simples. E eu tentei dizer, eu tentei muitas vezes dizer tudo o que eu queria, tudo o que eu precisava te dizer, mas você não quis ouvir, então por que eu me preocupava tanto? Eu demorei para perceber que, em tantos garranchos e palavras mal colocadas talvez eu já tivesse dito tudo, mesmo que às vezes não dissesse nada. Sempre fui (ou sou) muito repetitiva em meus textos e cartas, e sempre tentava lhe dizer as mesmas coisas. Coisas que você nunca entenderia. Um dia, daqui muitos anos, eu poderia reunir todos os textos que já lhe escrevi e te mandar por correio, na sua casa grande e aconchegante em que você viverá com sua adorável esposa e filhos. Daqui muitos anos. Se eu conseguir juntar todos. E será que, após tanto tempo, eu já vou ter te esquecido? O que é essa coisa de “esquecer” que todo mundo fala? Como se esquece alguém? Eu lembro de você, eu lembro de tantos e tantos momentos, e das palavras de amor e também das brigas, eu lembro de muita coisa, sempre vou lembrar, só que o que eu sinto agora é diferente. Posso dizer que “esqueci” tudo o que senti por você? É, talvez seja isso o que dizem. Não dá pra explicar. Eu só não sinto mais. É fato que sempre vai ter uma parte de mim, por menor que seja, que vai alimentar um amor por você, e essa partezinha sempre vai estar lá, no fundo do meu peito. Porque em tantos anos, depois de tanto tempo tentando apagar a chama desse amor, ainda tem tantas “faíscas” aqui dentro. Foi um amor muito grande e que não se pode deixar de sentir assim, de repente. Foi um sentimento enorme que ocupou muito espaço dentro de mim e não deu pra tirar tudo aqui de dentro, sabe? Você se foi e deixou um buraco enorme, e n o r m e. E esse buraco foi fechando, fechando, bem devagarinho, e hoje fechou, posso afirmar com toda a certeza que, finalmente, ele fechou, mas deixou uma cicatriz. E é essa cicatriz que me faz alimentar a ideia de que talvez eu ainda te ame. Eu não sei se amor é a palavra certa e nem sei mais o que estou dizendo. Ficar procurando explicações para essas coisas... é tão inútil. O amor não tem explicação, ainda mais um amor como o nosso. Não que nosso amor seja especial ou melhor que outros, mas “era tanto amor”, lembra? E simplesmente não dá pra explicar como ou porquê você conseguiu fazer brotar esse sentimento lindo - e às vezes corrosivo - dentro de mim. Tive muitos momentos felizes com você. Você já me falou muitas coisas lindas e me mostrou o que é um amor de verdade. Mas também tenho muita tristeza de ti. Tentei sentir raiva, te “deixar pra lá”, e era tão difícil. Depois de tantos desencontros e tanto sofrimento, por que, por que era tão difícil? O que você fez comigo, garoto? Já tive todos os sentimentos possíveis por ti. Agora és apenas uma lembrança. Agora é só carinho. Carinho por um passado que, apesar de tudo, me fez muito bem. Cresci tanto contigo. E depois de ti. Mais ainda depois de ti. Hesito em dizer, mas admito que você foi meu primeiro amor. E por mais que eu tente acreditar no contrário, eu sei que você disso (sabe, né?). Você fala que seu "primeiro amor" foi uma menina da quinta série... Crianças da quinta série nem sabem o que é amar. E isso dito por mim deve ter algum valor. Eu, que sempre fui toda romântica, desde criança, quando me “apaixonava” por garotinhos do colégio. Talvez por isso eu veja o amor de uma forma diferente. E você já teve tantas namoradas, que me entristece pensar como não tive tanta importância para ti. Mas algo me diz que eu tive! Algo me diz que eu sou importante e sempre vou ser, como você é para mim. “Algo me diz”, “eu sinto isso”... Já me frustrei tanto por causa desses “pressentimentos”. Mas tudo o que a gente viveu não pode não deixar uma marca em você também. Eu sei como você sofreu em seu último relacionamento e me dói ver, na forma como você fala, o quanto você a amava. Mas tento não pensar nisso e acreditar que você também me amou, um dia, num passado muito distante. Até porque, hoje isso não faz mais diferença, certo? Por que eu me importo tanto? Eu me sinto na obrigação de ser especial, ou melhor, eu sinto que as pessoas importantes para mim têm a obrigação de me amar da mesma forma. Você me amou da mesma forma?

Ana D.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Dia 18 - Carta para alguém que importunou a tua cabeça (bom ou mau)

Você perguntou se teria uma carta para você, e aí está. Você está me importunando muito ultimamente.
Mas eu aprendi muito com você. Você é completamente o meu oposto. É como eu gostaria de ser às vezes. Realista, segura de si. Sem dramas, sem neuroses. Totalmente diferente de mim. E eu tenho um pouco de inveja de pessoas assim, seguras, independentes. Porque eu não sei ser nada disso. Mas você faz da sua autossuficiência uma armadura. Você não deixa ninguém se aproximar de verdade. Poucas pessoas conhecem você exatamente como é, e eu, em tanto tempo, ainda não aprendi. Ainda não te compreendo. Às vezes parece que você precisa mostrar pra todo mundo que você é assim, que não precisa de ninguém. Como já disse, admiro essa independência, e desconfio do porquê você é assim, tão fria e distante das pessoas. Só que você me confunde. Entenda que eu sou sua amiga e eu te quero bem. Pare de tentar me afastar cada dia mais porque vai chegar uma hora em que eu vou embora mesmo. E eu sei que não sou a pessoa mais importante do mundo pra você, mas alguma consideração você tem por mim senão já teria dado um jeito de me tirar da sua vida. Mas então por que me tratar dessa forma? É simples pra você: você fica de saco cheio de mim e começa a ser grossa e me tratar mal, aí uns dias depois quer fingir que nada aconteceu? Não é bem assim. Você sabe que eu não consigo fingir que nada aconteceu, só quando realmente acho que não vale a pena brigar por tal motivo, mas essa é a questão, qual o motivo? Qual é o motivo pra você ser assim comigo? É porque eu sou toda sensível e não sei lidar com certas coisas com a mesma facilidade que você? É porque eu faço drama e fico me lamentando um mês por uma coisa que você superaria em dois dias? Eu sei que você tem sentimentos, já vi um pouco por trás da armadura. Mas por que fingir que não tem? Tudo bem, eu tenho que aceitar que você é assim e não é de demonstrar carinho e é uma pessoa mais reservada que não gosta muito de demonstrações de afeto e pessoas exageradas, então por que você ainda não me chutou pra longe da sua vida? Eu sou tudo o que você diz não suportar, sou o seu oposto em todos os aspectos possíveis e te deixo sem paciência com esse meu jeito mais sentimental de ser. Mas você escolheu me ter ao seu lado, você me permitiu fazer parte da sua vida, então tire a armadura e me deixe te entender, ficar ao seu lado. Não afaste as pessoas que te querem bem.

Ana D.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Dia 17 - Carta para a pessoa que tu desejavas ser

Você foi a melhor professora que eu já tive em todos esses 16 aninhos de vida! Às vezes falo de você com meus colegas, como eu adorava suas aulas e sua matéria e como sonho viver disso, mas não dá para explicar como foi essa experiência. Tem gente que pode dizer que eu sou uma puxa-saco ou coisa assim, mas eu dou valor aos professores, porque mesmo que às vezes eu não goste de um ou de outro - o que é super normal - eu sei o valor que eles têm em minha vida e na sociedade, e você foi um exemplo de como um professor deve ser. Eu sinto muitas saudades suas, e não é aquela coisa "ah, esse professor é um saco, queria tanto ela de volta", é porque você me inspira. Não é brincadeira! Ano passado, graças às suas aulas, eu descobri o que eu quero da minha vida!
2011 foi um ano muito tumultuado, com tantas dúvidas e tantas mudanças, mas a mudança foi ótima e foi muito bom você ter feito parte dela. Você é uma mulher incrível e que eu admiro muito, muito mesmo! É super inteligente, uma ótima professora que sabe explicar tudo com calma e clareza, é querida, carismática, linda, elegante... Você tem todas as qualidades que uma grande mulher possui. Você É uma grande mulher. A grande mulher que eu desejo ser um dia.
Com você eu aprendi mais que direções cristalográficas ou propriedades mecânicas ou diagrama FeC, eu aprendi que posso chegar onde eu quiser e ser uma mulher muito bem sucedida, como você. Porque é isso que eu quero ser. Quero ser alguém como você, que além de uma ótima pessoa, é uma excelente profissional, realizada, independente e bem resolvida.
Espero um dia te encontrar por aí e dizer que eu também cheguei lá, e que você serviu de grande incentivo. Espero um dia olhar no espelho e ver alguém assim, com todas essas qualidades, alguém assim como você.

Ana Domingues.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Dia 16 - Carta para alguém da tua infância

Ano de 2000. Jardim 2. Não me lembro com clareza, mas sei que você foi minha primeira amiguinha.Na verdade eu tenho uma memória horrível e não lembro de quase nada da minha infância, mas lembro que, desde nosso Jardim 2, quando nos conhecemos, você tinha uma nova "melhor amiguinha" a cada ano, e isso me deixava muito triste. Os anos passavam, entravam novas pessoas no colégio, e você sempre encontrava alguém para ocupar o meu lugar. Ou o lugar que eu achava que era meu. Porque, para mim, você era de uma importância muito grande. Como já disse, minha primeira "melhor amiguinha" poxa, 12 anos que te conheço, e hoje é como se fossemos desconhecidas. Mas não é esse o caso. É que eu sempre te considerei uma grande amiga, e pra você eu era sempre a segunda opção, sabe? Eu tenho reclamado demais em meus textos sobre essa coisa de ser "substituível", de ser a segunda opção, de não ser importante e mimimi, mas é o que eu sinto poxa. Eu mesma me acho uma chata falando disso quase o tempo todo, mas você lembra? Até a sexta série eu estudei com você, e sempre estive ali ao seu lado, disposta pra quando você quisesse me dar uma real importância, mas sempre entrava alguém novo no colégio que você acabava ficando super amiga e esquecendo de mim. Mas tudo bem, com o tempo eu também tive minhas "melhores amigas", e hoje aprendi que não preciso desse tipo de "rótulo" porque eles não significam nada. Na verdade eu acho que tenho trauma de rotular as pessoas como mais ou menos importantes. É claro que tem umas que são mais importantes que as outras, mas sei lá, parece que eu sempre acabo perdendo, sabe? Aí hoje eu aprendi que eu tenho apenas amigos, bons amigos. Uns mais amigos que outros, mas enfim... Sem dramas, você vai ser sempre minha amiga do Jardim 2, aquela que eu conheço a vida toda, mesmo que agora você não seja mais uma parte dela.

Ana D.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Dia 15 - Carta para alguém que não está na tua cidade ou país

Bets (campeões), capela, mensagens subliminares, praia, mulher muda, mar, detetive, férias, verão, almoço, dobradura de coração.
Isso é um pouco do que eu posso falar sobre você e dos sete dias super divertidos que passamos juntos, e eu já escrevi muitas cartas falando sobre cada um desses "tópicos", você sabe, né? Foi um verão muito legal e que me deixou muitas lembranças, as quais eu prefiro não expor aqui e guardar para mim - e para você.
Já te escrevi tanto que agora só me resta dizer que eu sempre vou lembrar de você com carinho e estarei aqui, para ouvir suas merdas e falar como você não presta, esteja você onde estiver.
Sinto saudades suas, e seria muito legal poder te ver de novo, quem sabe um dia você vem pra capital fazer algo né?

Ana D.

domingo, 5 de agosto de 2012

Dia 14 - Carta para a pessoa da qual tens mais saudades

Eu não sinto saudade de você. Eu sinto saudade de quem você era. A pessoa que eu conheci em 2009, que era minha amiga verdadeira e fiel que me fazia rir mais que respirar e que ia pra Disney comigo e... Quem é você agora? Bom, tanto faz. As pessoas mudam, eu também mudei. Mas achei que nossa amizade ia continuar a mesma. Me enganei. Eu sinto falta de conversar com você, saber como vai sua vida, te dar conselhos e ser aconselhada, sabe? Eu sinto falta da nossa amizade. Como pudemos nos afastar assim? Você sumiu. Parece que você sempre foge. Parece que você não sente falta.
Você sempre tem novos amigos. Você conhece a cidade inteira e esquece dos que já passaram pela sua vida e você deixou para trás. Terminamos o cursinho, cada uma seguiu seu caminho, ficamos fisicamente distantes, tudo bem. Mas aí as conversas no msn foram perdendo a graça, não tínhamos mais assunto e deixamos o tempo nos afastar cada vez mais. Mas a verdade é que eu não sabia o que fazer para impedir isso, e acredite, eu queria, eu queria que a gente tivesse salvado nossa amizade, entende? Mas agora eu costumo pensar em você como uma amiga, uma grande amiga que passou pela minha vida e infelizmente não permaneceu por mais tempo, porque a maioria das pessoas passa, não fica. E eu penso em você como uma ótima amiga que me deixou muitas boas lembranças do melhor ano da minha vida. E isso de se afastar... Ah, acontece. A gente aprendeu a viver uma sem a outra, não é? Queria ainda ter você em minha vida, mas eu sei que você está aí, feliz, e você sabe onde eu estou também, sempre que precisar. Se precisar.

Ana D.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Dia 13 - Carta para alguém de quem te afastaste

Quem é você? O que aconteceu pra te deixar assim? Às vezes parece que você precisa menosprezar as pessoas para se sentir melhor. Para se sentir aceito. Eu achei que você fosse mais forte que isso.
Gostava tanto de conversar contigo, de desabafar, e mesmo que você não gostasse de falar muito dos seus sentimentos, sabia que podia contar comigo, não sabia? Mas acho que nada disso era suficiente. Eu sou a garota sentimental que a galera zoa e que de vez em quando fica magoada com certas brincadeiras idiotas, aí você os viu fazendo essas brincadeiras idiotas e de certo pensou "nossa, que legal, vou zoar a Ana também", e começou a me tratar feito lixo. E eu sinto sua falta, sabe? Entre tanta gente estúpida e superficial, você me parecia ser um cara maduro com quem eu gostava de conversar... engano meu. Você nem me cumprimentava mais, não mandava mais sms pra gente conversar como de costume, era grosso, me evitava. Você mudou. Você agora é um deles.
E não quero ser má, mas quantos deles estarão ao seu lado quando você precisar? Eu estava. Eu podia não ser a melhor amiga do mundo e nem sempre enxergar o valor que você tinha. Eu erro, e eu admito, mas você me decepcionou tanto. Talvez eu até te entenda. Já tive meu tempo de querer ser "popular", chamar atenção, sei lá. Mas como minha mãe sempre dizia, eu chamava atenção da forma errada. Eu tentava me igualar aos outros e deixava minhas qualidades de lado por tais superficialidades. E hoje só me arrependo. Foi uma lição. Uma ótima lição, mas eu podia ter aprendido de outra forma. Ou não. Isso agora é um passado muito distante. Mas e você? Você quer ser aceito? Você quer me usar como seu objeto de... sei lá, de desprezo, para as pessoas verem como você é "descolado"? Só te digo uma coisa, desprezo é o que eu sinto por ti agora.
Gosto muito de você, mesmo. Espero que você cresça e perceba que popularidade é uma coisa estúpida e infantil, e conforme a gente vai crescendo, vão surgindo novas pessoas em nossas vidas, mas os velhos amigos não devem ser deixados para trás. Talvez você não soube como lidar com isso, e eu só posso dizer que sinto muito.

Ana D.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Dia 12 - Carta para alguém que gostaria que te perdoasse

Oi. Lembra de mim? Sinto sua falta de vez em quando. Sabe, fui tão idiota de deixar uma pessoa tão boa e tão querida e que me queria tão bem ir embora. Nunca alguém me quis assim. Nunca alguém cuidou de mim assim. Nunca alguém me amou assim. Não sei se a palavra "amor" é adequada aqui. Você sabe das minhas "dificuldades", por assim dizer. Mas se você dizia ser amor, quem sou eu para contestar, não é mesmo? Ah, é verdade, eu sou a pessoa que mandou você e todo esse amor embora. Não gosto de dizer que me arrependo, mas aaah se eu pudesse voltar no tempo (ou seja, sim, eu me arrependo). Tem que ser muito - eu disse muito - estúpida pra deixar alguém como você simplesmente ir embora assim. Se eu te conhecesse hoje... ah, se eu te conhecesse hoje seria tudo tão diferente. Tanta coisa mudou desde a última vez que nos falamos.
Vivemos tanta coisa em tão poucos meses não é mesmo? E eu fiz tanta merda nesse pouco tempo. Você seria capaz de me perdoar? Eu sei que mesmo com tanto amor e bondade em seu coração é difícil me perdoar, porque eu causei em você toda a dor que outro alguém causava em mim, mas eu não posso culpá-lo, nem me culpar, porque eu nunca quis que fosse assim, nunca. Eu tentei de todas as formas amenizar a situação, talvez te machucar um pouco menos. Ah, que egoísta da minha parte. Eu não podia ter te machucado nem um pouco. Você não merecia. Eu queria mesmo, mesmo mesmo mesmo, ser sua amiga. Você me fazia tão bem. Você me fazia rir e isso é uma coisa muito importante, sabia? Eu gostava de conversar com você, de ter sua presença. Enfim, fiquei sabendo que você encontrou outra pessoa... Você está feliz? Se você estiver feliz, eu fico contente por isso. Eu procurei outra(s) pessoa(s) também, mas não tive sua sorte. Ou a sorte que tive quando te conheci. Mas agora é tarde, e eu estou pagando por isso. Desculpa por não ser a pessoa que te faz feliz.

"A warning sign
I missed the good part then I realized
I started looking and the bubble burst
I started looking for excuses
Come on in
I've gotta tell you what a state I'm in
I've gotta tell you in my loudest tones
I started looking for a warning sign
When the truth is, I miss you
Yeah the truth is, that I miss you, so"


Ana D.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Dia 11 - Carta para a pessoa que odeias

Eu achei que você estava pior. Tipo, no fundo do poço, sabe? Mas não tenho certeza de nada, porque mesmo você sendo praticamente meu vizinho, eu nunca mais te encontrei – felizmente. Mas e aí? Como está sua vida? Conseguiu tudo o que queria? E no colégio, como vai? Continua tentando humilhar seus colegas por se achar melhor que eles sem motivo algum? Pois é, tenho uma coisa pra te contar: você não é melhor que ninguém!
Não sei o que anda fazendo da vida, mesmo. Não sei se continua se drogando feito um idiota, e se continua fazendo sua mãe – uma pessoa tão querida – sofrer tanto, ter tanto desgosto. Espero que você tenha melhorado, de verdade. Lembra quando você me zoava e tentava me humilhar perante nossa turma? Lembra que eu falava que cresceria e seria uma pessoa muito mais bem sucedida que você? Pois é, eu estou crescendo. Essas coisas todas que você fazia para tentar me colocar pra baixo só me fizeram crescer. Cansei de lidar com pessoas como você. Agora, felizmente, tem poucas assim na minha vida. E eu estou feliz. Estou caminhando rumo aos meus objetivos, e realizando muitos deles, sabia? E você? Continua sendo o mais “popular”, o “maior”, o “melhor”? Continua rodeado de “amigos”? Amigos, que piada. Você pode achar que são seus amigos. Eles mesmos podem pensar isso, mas no futuro... no futuro, meu caro, quem vai estar com você? Eu sei que é clichê, e admito que você faz certo em querer aproveitar a melhor fase de sua vida, mas você não tem limite. E se continuar tentando humilhar os outros para se sentir melhor, você nunca vai se sentir assim de verdade. Você nunca vai crescer.

Ana D.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Dia 10 - Carta para uma pessoa falecida com a qual gostavas de falar

Na verdade eu nem falava muito com a senhora. Raramente a via. Mas faz uma falta.
A senhora era uma pessoa abençoada, e que abençoava todos ao seu redor. Era um porto seguro, uma salvação. Eu queria, ah como eu queria poder ter tido mais contato. Mas eu sei como a senhora era e sempre vai ser importante para minha mãe - como uma segunda mãe dela, o que a tornaria minha "avó postiça", digamos assim. Mas, independente de rótulos, eu sei o quanto a senhora foi importante para ela e para nossa família. O quanto rezou por nós, torceu por nós, mesmo que distante. E sei que continua torcendo aí de cima. A senhora foi uma pessoa que marcou a vida de todos que a conheceram, porque eles com certeza levaram um pouco de fé e sabedoria consigo. A senhora era e sempre vai ser uma pessoa admirável. Sua fé, seu afeto, sua prestatividade, a tornavam alguém sempre presente. E eu nunca vou esquecer como abençoou minha família nos momentos difíceis, e como se alegrou com nossas vitórias, que de certa forma eram suas também. A senhora era uma pessoa que nunca podia ter partido. Só fez o bem a todos e trouxe fé e esperança às pessoas. Mas é o ciclo da vida, e seu corpo se foi mas sua alma ainda olha por nós, e seus ensinamentos serão perpetuados aqui na Terra.

Ana C.

domingo, 29 de julho de 2012

Dia 9 - Carta para alguém com quem não fala tanto como gostaria

Me peguei surpresa quando decidi escrever uma carta para ti. Não te conheço tão bem, mas ah, como gostaria! Ainda mais depois desses três dias que passamos "juntas" e eu pude perceber que você é mais legal do que eu já sabia que era. Você é super querida e carismática e quando eu me despedi e você disse "se cuida" foi de um valor muito grande para mim. Nós nem nos falamos direito e quase nunca nos vemos, mas saiba que você é uma pessoa muito querida. Eu não tenho muito a dizer. Você é a amiga da minha amiga que por acaso eu conheci e vejo de vez em quando, com quem eu ficaria muito feliz em ter uma relação mais próxima, mas que eu fico contente por saber que existe e faz parte de um pedacinho da minha vida.

Ana D.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Dia 8 - Carta para alguém que queiras conhecer

Ô, minha Dulce, quando eu vou te encontrar, hein? Eu não perco as esperanças. É aquele sonho que eu tenho a certeza que um dia vai se realizar, mas não faço ideia de quando, só continuo acreditando. Porque não é fácil né. Você mora longe - vive viajando - e é famosa e é difícil encostar em você hahaha. Mas eu tenho a certeza de que quando eu te ver você vai me tratar super bem porque além de uma cantora maravilhosa, você é uma ótima pessoa, eu tenho certeza disso! Pode parecer bobo para alguns, mas você me ensinou tanto. Você me fez acreditar em sonhos e desde então já realizei tantos... E não é só porque você tem uma música linda que diz "não pare nunca de sonhar", é porque você não parou, e você chegou onde está hoje porque acredita, e é o seu sucesso que me faz acreditar também. E tudo isso é tão tão importante para mim. O RBD mudou minha vida. Não foi só uma banda que eu amei e idolatrei por muito tempo. Foi a única banda que eu gostei tipo, pra valer, sabe? Eu tenho uma gaveta cheia de revistas e álbuns e fotos, e eu sabia tudo sobre cada um de vocês. Todos os anos "comemoro" seu aniversário, sabia? Enfim, o RBD mudou minha vida. A novela, a banda, as músicas, as letras, as mensagens que vocês passavam - e que você ainda passa em sua carreira solo. Tudo tão lindo, tão contagiante. Você já me fez rir e me divertir vendo Rebelde, já me fez chorar de emoção só por entrar no palco há seis anos atrás, e tudo isso é tão valioso. Não dá para explicar, só que vocês me ensinaram muito, e fazem parte do que sou hoje. Pode parecer estranho dizer que amo alguém que nem sabe da minha existência, mas eu te amo. Eu te amo porque sei que você é uma pessoa boa, linda, com um bom caráter. Eu amo seu trabalho, amo suas composições, amo sua voz. Eu te amo. Mesmo que você não me conheça, mesmo que você nem saiba que eu exista, eu sei que você sente essa energia positiva que os fãs passam, e eu estou entre eles, mesmo que eu seja apenas uma em meio a essa multidão, mas eu estou aqui, e sempre vou mandar minhas "vibrações positivas" e torcer pela sua felicidade e seu sucesso. Eu só te quero bem. Longe ou perto. Eu sempre vou torcer por você, e continuar sonhando com o dia em que vou te ver, te abraçar e falar tudo isso pessoalmente.

Ana D.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Dia 7 - Carta para o teu amigo virtual preferido

foto especial pra você <3

O que eu acho legal em nós é que a gente nunca se perde. É. Nos conhecemos há 4 anos e depois desse tempo todo nós ainda sonhamos com o dia em que você virá pra cá e passaremos dias lindos e divertidos juntos e eu te mostrando a cidade mais maravilhosa de todo o mundo. Já fizemos tantos planos, né? Até namorados de mentirinha nós já fomos hahaha. Tão boa aquela época de "fake". Eu sinto muita falta daquilo. Minha vida era tão mais leve e simples, acho que minhas maiores preocupações eram no fake, aliás. Quaaaanto rolo, né? Senhor! Mas não me arrependo de nada. E até hoje, nada, nem no fake nem na real life estragou nossa amizade. Nossa irmandade. Sim, você ainda é meu irmãozinho. A idade não condiz mas é como se você fosse meu irmão mais novo, sabe? Você é tão sensível e às vezes parece tão frágil que eu tenho vontade de pegar um voo imediatamente e ir aí na sua casa te abraçar com todo o cuidado e carinho do mundo. Quando você me conta da sua vida e me fala do que te deixa triste, eu sinto meio que uma responsabilidade de cuidar de você e fazer você ficar bem imediatamente, sabe? É como se nada no mundo pudesse machucar o meu irmãozinho. Na verdade não é "como se", é assim mesmo. Me dói tanto quando você diz que está triste, quando você me conta das pessoas que te magoaram. Como podem fazer mal à alguém como você? Você é a pessoa mais carinhosa e querida que eu conheço, mesmo! Eu sou toda carente e sensível e blá blá blá, e você é uma pessoa que consegue me dar todo o amor que eu preciso. Quando eu falo com você eu me sinto amada, me sinto querida, sinto como se ninguém pudesse me machucar. Se existissem mais pessoas como você o mundo seria um lugar tão melhor. É sério. Você é cuidadoso, atencioso, prestativo. Você se importa com as pessoas ao seu redor, as respeita, e cuida de quem você ama com um carinho imenso. Só quem sente pode entender. E eu sou muito sortuda por ter você, a sua amizade, o seu amor. A gente já passou por tanta coisa, né? Queeee saudade daquela época que a gente conversava por msn direto. Mas tudo bem, acontece. Chega na faculdade, começa a trabalhar, essas coisas. E também tem a distância física, que sempre esteve lá né. Ah, se a gente fosse vizinho. Nem conheço meus vizinhos. Mas ah, imagine se você morasse aqui do outro lado do muro? Ou do outro lado da rua? Ou a algumas quadras daqui, já seria perfeito! Eu disse pra você que iria na sua casa todos os dias ver filmes e comer brigadeiro até explodir! E como eu sonho com esse dia... O dia em que você irá sobrevoar toda essa distância e ficar aqui, comigo.
13 de julho de 2010 foi o melhor dia da minha vida! Lembra? Ah, é claro que você lembra, que pergunta estúpida. Sabe quando você sonha com algo, e tem uma certeza bem lá dentro de você que isso vai acontecer um dia, mas ao mesmo tempo, dá um medo... Porque o tempo passa, o dia não chega, e você começa a se questionar. Eu sempre soube que te encontraria pessoalmente um dia, mas achava que esse dia demoraria anos. Tipo, dez anos, não dois. E aí você veio pro sul e deu uma "paradinha" por aqui... hahaha. Foi uma horinha e ao mesmo tempo que passou rápido, parece que foi tanto tempo. Mas pra quem se ama tanto e nunca tinha se abraçado, cinco minutos já são perfeitos. Estou com saudade do seu abraço, volta pra cá! Aquele dia foi tão maravilhoso. Conheci meus dois amigos "virtuais", descobri que vocês eram reais e demorou tanto pra acreditar que esse sonho se realizou! Mas aqui estou eu hoje, dois anos depois, só lembrando e pensando como o tempo voa, não é? E outra coisa, de virtual você não tem nada! Por mais inacreditável que seja existir alguém tão maravilhoso, você existe, e faz parte da minha vida. Obrigada. Obrigada por entrar na minha vida, obrigada por me aguentar há tanto tempo e em tantas situações. Obrigada por existir e ser meu amigo. Eu amo você. Não esquece. O tempo pode passar e podemos ficar meses sem nos falar, mas o amor, o amor estará sempre aqui, dentro de mim. Então me chame quando quiser, no facebook, msn, celular, porque pra você, pra você eu estou sempre disponível! E volta logo, tá?

Ana D.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Dia 6 - Carta para os teus pais

O que dizer? Já escrevi tantas cartas para vocês. Já agradeci, já pedi desculpas, já disse o quanto vocês são lindos e maravilhosos e os melhores pais do mundo. O que falta? Creio que nada, mas nunca é demais repetir.
Eu amo vocês. Mesmo com as broncas que às vezes parecem não fazer o menor sentido para mim, mesmo com as brigas, com minhas grosserias ou com o mau humor de vocês. Vocês são meus pais, simples assim. E desempenham esse papel como ninguém. São pais presentes, queridos, doces, prestativos. São os melhores, dá para entender? Já escrevi milhões e milhões de cartas agradecendo, mas agradecendo o quê? A vida, gente, a vida que vocês me deram/dão. É muito óbvio que sem vocês eu não existiria, porque eu saí de dentro de vocês, e começa por aí esse amor tão grande e incondicional. Vocês me deram o que há de mais importante, a vida, e não tem como dizer o quanto sou grata e como sou feliz por nessa vida existirem pessoas como vocês. Eu sou muito grata e abençoada por ter pais como vocês, que me criaram tão bem, cuidaram de mim, dos meus machucados - externos e internos hahaha -, me alimentaram, me vestiram, me ensinaram a falar, andar, comer... Enfim, vocês são meus pais, o que resume tudo isso. Mas não é isso. Vocês me ensinaram a amar, respeitar, confiar... Vocês são dignos de serem chamados de pai e mãe, entendem? Porque muita gente por aí faz filho e não é pai/mãe de ninguém. Mas vocês... nossa, vocês são muito mais que isso. Conheço muitas pessoas que não têm uma boa relação com os pais, e isso me entristece. Sempre me pergunto porque todos os pais do mundo não podem ser como vocês. E é claro que vocês têm defeitos - ainda bem, vocês são humanos - mas todo mundo merece um pai brincalhão, divertido, gente boa, uma mãe querida, conselheira, amiga. E eu sou muito - eu disse muito - sortuda por ter vocês. Por ser filha de vocês, do mesmo sangue, morar na mesma casa, tê-los sempre ao meu lado. Se eu pudesse pedir uma coisa, assim, para toda a nação - além da tão sonhada "paz mundial" hahaha - eu desejaria que todas, todas as pessoas do mundo pudessem ter uma família como a nossa. Uma família unida, harmoniosa, que tem suas brigas e desavenças, porque isso faz parte, mas que nunca se deixa abalar pelos conflitos. Porque nosso amor, nosso amor é muito maior que tudo isso. E agora, agora que sou quase uma adulta (quem vê pensa), às vezes ainda me sinto uma menininha enrolada nas cobertas no meio do papai e da mamãe, com um medo danado de sair por esse mundão sozinha. Por muitos anos vocês guiaram meus passos, e esses anos são parte do que sou hoje. Os ensinamentos de vocês, o carinho, o amor, é tudo parte do que sou hoje, mesmo que caminhando agora com as próprias pernas - mas nunca sozinha. Nunca poderei caminhar sem vocês. Preciso de sua presença quando algo der errado, preciso de seus ombros para chorar a noite toda e de seus sorrisos para compartilhar minhas vitórias. Preciso de vocês. Mais que tudo, acima de qualquer coisa, vocês.

Kika

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Dia 5 - Carta para um estranho

Oi. Tenho me sentido tão sozinha ultimamente. Pra ser bem sincera isso não é novidade. Eu não sei qual é o meu problema. Tem dias em que estou bem, alegre, e outros em que me bate uma solidão. Só que esses "altos e baixos" têm sido constantes. Principalmente os "baixos". Há uma frase que diz "A gente pode estar sozinha mesmo quando é amada por muitas pessoas, só por não ser o único de ninguém", e é justamente isso. Sou substituível. Facilmente substituível. E isso me entristece tanto. Sabe, já fiz tantos apelos com meus textos, tentando fazer alguém me enxergar, mas eu só queria ser única para alguém, e não vejo nada de errado nisso. Todo mundo é único para alguém, não é? Na verdade, cada pessoa é única, mas o problema é que eu sou sempre "só mais uma", sabe? Eu nunca me senti de alguém. Sei lá, eu queria ser de alguém. Não no sentido de pertencer, mas no sentido de ser especial. É só isso que eu quero ser. Especial. Importante. Quero me sentir amada. Às vezes paro para pensar nas tantas pessoas ao meu redor. Tenho muitos colegas, conhecidos... Pessoas com as quais gosto de sair, passear, ver um filme. Mas, querendo ou não, é só isso. Não posso amar todos e querer que todos me amem. É uma coisa mais "casual". Sair para se divertir, entende? Já pensei em estreitar mais esses laços, sabe? Mas não dá. Eu sei o meu limite. Tem lugares que eu não posso querer muito mais do que isso. E poucas pessoas podem me dar um pouco do amor e carinho que eu preciso. Só preciso descobrir quem são. Talvez olhar melhor para os lados. Preciso parar de buscar a felicidade e deixar que ela venha até mim. Deixar que alguém chute a bola, e não deixar a bola passar. Nem quem a chutou. Preciso de permanência. Preciso de alguém que fique. As pessoas só sabem me deixar.

Prazer, Ana Domingues

Dia 4 - Carta para os teus sonhos



É difícil escrever para uma "coisa", ou coisas, no caso. Eu poderia fazer uma wishlist - bem grande - e falar um pouco a respeito, ou dizer coisas do tipo "Ei, França, um dia apareço aí", mas isso seria no mínimo bizarro. Poderia também falar para as pessoas que nunca acreditaram em mim, que eu cheguei lá - e ainda vou chegar muito, muito mais longe. Eu poderia passar horas e horas falando sobre tudo o que sonho ter/ser/fazer na vida. Eu poderia escrever uma carta para Walt Disney e para Dulce Maria, pessoas totalmente distantes cuja única conexão é que são minhas... inspirações. Fizeram-me acreditar em sonhos. Fizeram-me acreditar que posso realizá-los. Walt Disney realizou o seu, e eu posso dizer como é maravilhoso. Porque milhões e milhões de pessoas - como eu - sonham o sonho do Walt Disney, se é que vocês me entendem. E eu realizei, e isso é tão gratificante. E por mais estúpido, estranho, bizarro que pareça, eu quero dizer: Europa, um dia eu chego aí. Faculdade, um dia eu chego aí. E vou me dar muito bem e me formar com ótimas notas - espero. Melhor Engenheira de Materiais do país, um dia eu chego aí - essa é para a futura-eu. Acho que, afinal, eu só quero agradecer. Obrigada por me fazerem acreditar - essa parte é para muitas pessoas -, por me darem força, por não me deixarem desistir, por me fazerem tão e tão feliz! Obrigada por me manterem sonhando acordada, porque vocês valem/valeram/valerão a pena.

Ana Domingues, "an eternal dreamer"

(essa é do dia 22/07, publicada com alguns minutos de atraso hehe)

sábado, 21 de julho de 2012

Dia 3 - Carta para o teu irmão/tua irmã ou parente mais próximo

Eu te odeio! Odeio sua arrogância, esse seu ego maior que o mundo; odeio seu mau humor quando acorda (mas é engraçado às vezes); odeio você falando de futebol durante o almoço; odeio ter de dividir a tv com você na quarta-feira; odeio quando você pega minhas coisas sem pedir e nunca devolve no lugar; odeio quando você acha que manda em mim; odeio quando sou obrigada a ouvir suas músicas ruins; odeio como você se torna uma pessoa hiperativa e insuportável quando estamos jogando baralho; odeio quando você se mete nas minhas conversas com a mamãe ou com o papai querendo dar lição de moral; odeio quando você me pega choramingando sobre garotos pra mamãe e começa a jogar verdades na minha cara, mas adoro como você - do seu jeito torto - me consola e me manda parar de ser idiota; adoro quando você me protege; adoro quando você vem falar comigo de repente sobre a sua vida; adoro quando você quer me mostrar alguma coisa que achou interessante; adoro o fato de você ter ido correndo salvar meu celular (uma vez); adoro o jeito como você se importa comigo mesmo sem admitir. E mesmo que você seja maldoso e egocêntrico, você ainda é meu irmão. E não é porque você é sangue do meu sangue, ou porque você saiu da mesma barriga que eu, que eu me sinto na obrigação de gostar de você. Eu te amo porque, querendo ou não, eu aprendi a te amar.

Kika

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Dia 2 - Carta para o teu ex-namorado/amor

Não foi amor. Mal chegou a ser um relacionamento. Mas eu, como sou, consigo fazer caber tanta intensidade em apenas dez dias. Dez lindos dias. E por um longo tempo fiquei me perguntando porque acabou. O que eu fiz. Preciso parar de me culpar. Preciso parar de te culpar. Às vezes não sei se "culpa" é a palavra certa. E ai dos que vierem dizer que é o destino e blá blá blá. Não acredito. Você está muito longe de ser o amor da minha vida, e se o destino existe ele não se preocupa com "casinhos" como o nosso. Foi só uma página, ou um capítulo, aquelas metáforas do livro da vida, sabe? Mas mesmo que curto, posso dizer que você dá um capítulo inteiro. Aquela típica história dos amigos que não são tão amigos e começam a se aproximar e a se conhecer melhor e quando percebem querem ser mais do que amigos. Por quê? Meu Deus! Por que eu fui querer ser mais? Ah, se eu te dissesse a falta que tua amizade me faz! Éramos bons amigos. E podíamos ser assim até hoje, até os próximos 2 ou 3 anos, até o dia em que a gente se afastasse se o "destino" assim quisesse. Mas a gente foi inventar de querer ser mais. Éramos ótimos como amigos que trocavam mensagens o dia todo falando besteira e rindo de nada. Éramos. Nós. Passado. Eu não sei dizer se me arrependo. Não costumo me arrepender de nada (ou costumo mentir para mim mesma dizendo que não estou arrependida), mas é inevitável ficar pensando "como poderia ter sido". E como isso perturba! Poderíamos ser amigos, exatamente como era antes, ou até melhores. Poderíamos estar rindo no msn e você me contando da garota que está afim - se a gente chegasse nesse nível -, poderíamos nos aproximar cada dia mais e mais e quem sabe você até conseguisse se abrir comigo. Mas a garota fui eu. A garota da escola com quem você ficou. A garota do grupinho que você vê todo dia, mas não enxerga. Se bem que agora estamos melhor, não é mesmo? Você parou de fechar os olhos para a minha presença. Acho que estamos aprendendo onde é o nosso lugar. Amigos, somos melhor assim. Nada de tentar ser mais.

Ana D.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Dia 1 - Carta para a tua melhor amiga ou teu melhor amigo

Você foi a pessoa que eu mais amei nesse mundo. Você era meu parceiro, meu irmão, meu confidente. Você era minha consciência. Eu sempre contava tudo sobre a minha vida, sobre como foi o meu dia, sobre como eu me sentia, TUDO. Porque eu depositava toda a confiança e todo o amor do mundo em você. Você me ouvia, me amparava, por vezes até me dava bronca, aquela coisa de irmão mais velho, sabe? Você cuidava de mim como tal. Mas com o tempo foi me esquecendo e hoje nem sei o que significo para você. Quando eu disse, no meu recado de Feliz Aniversário, que era pra você não me deixar, era mais como um pedido de socorro "Estamos nos perdendo, não quero desistir de você. Por favor, volta", e a ausência de uma resposta ao meu recado carinhoso e ao meu apelo foi o suficiente para perceber que não há nada a fazer a não ser desistir. Ou simplesmente não insistir. Só... não fazer nada. Deixar que o tempo cumpra o seu papel, nos afastando cada vez mais. Ainda bem que sempre tem pessoas novas entrando em nossas vidas, né? Se tem uma coisa que a vida me ensinou é que quase todo mundo é substituível. Até você, veja só, até você pode ser. Vai ser difícil. Vai doer mais do que já dói, mas há um tempo já venho me acostumando com sua ausência e, querendo ou não, surgirão pessoas para preencher o espaço (enorme) que sua partida deixará.

Ana D.

Desafio das Cartas

Oi, gente.
Resolvi fazer o Desafio das Cartas, que consiste em escrever uma carta para uma pessoa específica conforme pede o dia do desafio, durante 30 dias.
Ou seja, durante um mês haverá posts novos diariamente (se minha inspiração não falhar e/ou ocorrer qualquer tipo de imprevisto - tipo uma viagem da qual acabei de me lembrar, hehe).
Só vou fazer uma mudança: o primeiro dia é uma "carta para tua paixão", mas eu vou deixar para o penúltimo.

Enfim, vamos lá c:

domingo, 24 de junho de 2012

Mil formas de amor

Meu amor por ti é delicado, cuidadoso, preocupado, curioso. Complicado. Meu amor é possessivo, desastrado. Às vezes irritante. É também exagerado, desmedido. Por vezes preguiçoso. É inseguro - quase mais do que eu. É um amor bobo, ingênuo, puro. Mas o mais importante, é que é amor, acima de tudo. É amor, das mais variadas formas.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Tenho me perguntado frequentemente "onde estão meus amigos?"
Eu olho a minha volta e, mesmo com tantas pessoas ao redor, não encontro ninguém. Não encontro consolo em nenhum olhar, não encontro em nenhum ombro um apoio.
Venho tentando fazer novas amizades, mas a questão é que eu não sei quem são meus amigos de verdade, que merecem tal designação. Sei que sou um tanto "exigente". Quero que percebam que não estou bem. E sei que ninguém tem a obrigação de adivinhar como estou me sentindo. Mas ainda assim fico irritada. Está tão explícito. Dá pra ver a tristeza em meu olhar, mas... quem é que me olha nos olhos? Dá pra ver a solidão caminhando ao meu lado. Mas as pessoas estão ocupadas demais com suas superficialidades. Os outros só pensam nos outros, e ninguém se importa com ninguém. Curtição, piadas, gargalhadas... para essas coisas eles estão sempre lá. Mas e quando você está passando por dificuldades? Quando você está visivelmente abalado? E aí?
Talvez a solidão seja mesmo minha melhor companhia.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Era como uma amizade colorida. Éramos mais amigos do que amantes. E hoje nem sei o que somos. Não somos. Porque não existe mais nós. Sou eu, você, duas vidas diferentes, dois mundos distantes. Você me tirou do seu. Você me arrancou do seu mundo como quem arranca uma folha de um caderno com uma história mal escrita, uma folha cheia de garranchos cujo texto não lhe agrada. Mas vai ver foi isso mesmo. Você não estava gostando do rumo que nossa história tomava, não sabia como continuar, então arrancou a folha e jogou fora. Acho que para começar outra história. Ou não. Você não é bom nisso, não é mesmo? Nunca foi de se apaixonar. Mas quem o vê olhando para ela não diz o mesmo. Ela, a outra que você encontrou para tentar de novo. Eu vejo como você a olha. Você nunca me olhou assim. Eu vejo seu sofrimento por ela estar ali, tão perto e ao mesmo tempo tão inalcançável. E eu sei exatamente como você se sente. O pior de tudo é que você já foi meu. Mesmo que por pouco tempo, mesmo que por um piscar de olhos. E por algum motivo, alguma falha, algum descuido, você se foi. E dói mais quando você já teve a pessoa amada ao seu lado e ela simplesmente foi embora. Dói ficar pensando o que deu errado, porque acabou. Esse é o meu problema. Eu fico procurando erros, detalhes, algo ou alguém para culpar. Acho que é por isso que eu sofro tanto. Tão mais que os outros. Porque eu não sou como os outros. Talvez essa minha persistência em tentar consertar o que já está quebrado, estilhaçado, talvez essa minha insistência seja porque eu não entendo. Eu não entendo porque foi desse jeito. E eu não aceito. No meu mundo não era para ser assim. Você nem sabia, mas eu tinha um futuro para nós. E essas coisas, essas coisas não dependem só de mim, mas eu continuo insistindo, até entender que eu nunca vou chegar a um entendimento, uma explicação, uma lógica para tudo isso. E eu vou me achar a pessoa mais idiota do mundo por ter perdido tanto tempo. É, eu sei como acontece. Eu conheço as consequências. Mas eu sou assim. Não tem remédio.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Máscara

Descobri que disfarço bem minha fraqueza. Se às vezes desabafo com um amigo mais próximo, dois minutos depois já estou rindo novamente. É uma máscara involuntária que eu coloco. Sempre fui alegre, extrovertida, animada, e isso não é ruim. Mas as pessoas não me levam a sério. Ninguém sabe que existe uma Ana que também tem suas fraquezas, existe uma Ana que chora, existe uma Ana que sofre. Mas com meus amigos/colegas eu falo tanta besteira e dou tanta risada que engano até a mim mesma. E ninguém fala comigo sobre seus problemas, nem sobre os meus. Ninguém vê que eu tenho problemas. E que por trás do meu sorriso há uma alma esgotada e um coração em pedaços.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Tempestade

Parei para pensar e percebi como tenho pedido desculpa por ser eu. "Desculpa ficar falando disso", "Desculpa encher o saco", "Desculpa por ser assim". Por quê? Eu sou assim e dificilmente isso vai mudar. Eu faço o meu melhor, mesmo, mas eu tenho muitos defeitos. E eu preciso parar de mostrar isso, de deixar que meus defeitos se sobreponham às minhas qualidades, que, afinal, também são muitas. Eu tento "preparar" as pessoas, mostrar que não sou fácil de lidar e que é preciso muita paciência e carinho para permanecer ao meu lado. Não sou exigente. Sou carente. E tenho "manias". Mania de exclusividade, de querer atenção 24 horas. Meu pior defeito. Mas a verdade é que eu só quero ser única. Só quero ser única para alguém. Especial. Insubstituível. E de tanto mostrar meus defeitos, minhas qualidades se escondem e não há quem aguente uma garota chata que só sabe falar o quanto é dramática e carente. E ninguém enxerga quanto amor eu tenho pra dar. Porque ninguém abre espaço, ninguém está disponível para ser amado com tamanha intensidade. Já tive vários "alguéns" e estive de coração aberto para me apaixonar. Mas não dá tempo. Bate o desespero. "Você está distante", "O que você tem?", "Está tudo bem entre a gente?". E isso sufoca. E lá vou eu pedir desculpas por me preocupar tanto. Eu preciso de alguém que goste de mim de verdade e consiga superar essa fase comigo, sem muitas cicatrizes. Mas nunca passa disso. Nunca passa. São as pessoas que resolvem me deixar. E eu também tenho minha parcela de culpa. Eu tenho culpa de ser assim tão... tão eu. Eu sou a tempestade no copo d'água.

sexta-feira, 9 de março de 2012

[...]
- To aqui tentando escrever um coisa, mas fala.
- Eu já te falei, escrever não é mole, não, hein.
- Não sei nem como é que você consegue, tio.
- Bom, eu não consigo. Pra te falar a verdade, eu acho que nunca escrevi algo que realmente tivesse valor. Mas eu vou te contar uma coisa. Tá me dando uma vontade de escrever de novo sabe? Não pela vontade de ser escritor, mas uma necessidade, uma necessidade íntima, eu preciso escrever sobre a minha história. Acho que, se eu não escrever, eu vou sufocar. E não é pela literatura, é por mim, é pela minha vida.

A Vida Da Gente

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Seria tão mais fácil se um dia, de repente, você se apaixonasse por alguém, e esse alguém se apaixonasse por você, e vocês fossem felizes para sempre. Mas também nem teria graça. Você vive muitos "amores" até encontrar o Amor, o Seu Amor. Conhece muitas pessoas erradas até encontrar a certa, a pessoa certa para você que é a errada para as outras. A vida é um vai e vem. Ou melhor, um vem-e-vai. Vem, traz felicidade. Vai, despedaça nosso coração, traz tristeza, sofrimento, choradeira, leva embora nossa fé. E quanto tempo perdemos com isso? Quanto tempo fechamos os olhos para as tantas pessoas erradas que ainda virão? E quantas vezes, em meio a uma multidão, você escolhe a pessoa errada, enquanto a certa estava ali, a sua frente, esperando você chamar? A boa notícia é que, a cada "pessoa errada" que se vai, você fica uma-pessoa a menos de distância do seu Amor.