terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Noite vazia

Uma noite escura e vazia. Assim como estava a casa. Ouvia-se apenas a respiração de um sono profundo. Só ela ainda estava acordada. Tinha medo de encostar a cabeça no travesseiro. Tinha medo de pensar. Trazer boas lembranças e as más também. E a esperança. Sempre a esperança. Mesmo sem ter em que se apoiar, sem ter motivos para acreditar que vale a pena continuar… pensando.
Era uma tortura.

A noite estava escura e vazia. Assim como seu coração.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Quem somos nós, afinal?

Acredito que cada pessoa é uma junção de tudo o que ela vivencia, tudo que acontece ao seu redor. Não nascemos com uma personalidade pronta, criada somente para nós. Nascemos, crescemos e aprendemos, em meio à sociedade, as noções de certo e errado, bom e ruim. O que não significa que tudo o que a gente aprende é realmente aquilo e ponto final. Mas é isso que constrói o que somos. Acredito que a personalidade de uma pessoa se forma aos poucos, principalmente na adolescência, com grande influência do meio em que ela vive e de tudo o que vê por aí. Descobrimos o que gostamos, o que não gostamos, e isso vai montando nosso próprio ser. Pensando dessa forma, é difícil dizer de onde viemos, afinal, uma pessoa é uma junção de muitas pessoas e vivências, e essas pessoas são feitas de outras pessoas e isso nunca teria um fim. Eu não sei como tudo começou, de onde surgiram as ideias e os princípios que hoje a maioria da sociedade adota como corretos, apenas acredito que, ao longo do tempo, as pessoas vão aprendendo a interpretar essas visões de mundo de uma maneira própria, e é por isso que os ideais mudam de uma geração para a outra.
Tudo isso ocorre devido à filosofia. O filosofar faz parte de nós, seres humanos. Podemos andar tranquilos pela rua, distraídos e sem pensar em nada, ou pensando demais nos problemas e na correria do dia a dia, e então acreditamos não termos tempo para essas “baboseiras”. Mas a verdade é que estamos sempre refletindo. Por que eu gosto disso? Por que ele é assim? Por que isso é considerado certo e não aquilo? Coisas aparentemente sem explicação, e que pensamos não fazer diferença, na verdade nos afligem, despertam nossa curiosidade. Por que é isso que os filósofos são. Curiosos. Eles vão atrás de temas que as pessoas normalmente não se importam em tentar entender e, muitas vezes, essas reflexões cansam, pois parecem não nos levar a lugar algum. E às vezes realmente não levam. Trazem apenas o desconforto e a insatisfação por não encontrar respostas. Mas é isso que torna o filosofar essencial. O ato de filosofar nos torna livres, nos faz pensar a nossa própria maneira, nos tornando capazes de formular opiniões próprias e agir em função delas. Quando paramos de filosofar, acomodamo-nos. É como se aceitássemos que as coisas são assim simplesmente porque tem de ser assim. E não é justo com nós mesmos, depois de tantas reflexões, simplesmente cruzarmos os braços e aceitarmos que as coisas são como são. Por isso repito, o filosofar faz parte de nós, está dentro da gente, e podemos nem sempre chegar a respostas totalmente esclarecedoras, mas são as perguntas que nos movem, e é o não saber que nos leva a caminho da sabedoria.

Texto escrito em 19/12/12, a partir da análise e compreensão do texto A Natureza da Atividade Filosófica, de Marco Antonio Franciotti, para a disciplina de Filosofia.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Insaciável (2)

Já fazia algum tempo que tinha sido beijada por um homem com batimentos cardíacos e sangue pulsando nas veias... duas coisas que Alaric Wulf tinha em abundância. Ela podia sentir as duas coisas com intensidade enquanto ele a beijava com lenta deliberação... um beijo que ele parecia não ter pressa de terminar, um beijo sobre o qual ele parecia, se ela não estivesse enganada, ter pensado antes... pensado bastante. Alaric Wulf a estava beijando como se fosse o último beijo que daria em alguém em sua vida.

                                                                                          Insaciável, p.458 - Meg Cabot